quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ASP.DOC

Na sexta-feira, dia 9 de dezembro às 19h, acontece a estréia do filme "ASP.DOC", documentário sobre o artista Carlos Asp. O filme será exibido na Fundação Cultural Badesc, antecedido por um bate-papo com as realizadoras, Ana Lucia Vilela, Aline Dias e Julia Amaral.
Contemplado pelo V Prêmio Funcine de Produção Audiovisual “Armando Carreirão”, o documentário é a primeira realização audio-visual da Corpo Editorial e contou com a colaboração de Diego Rayck e Diego Canarin, edição de Rodrigo Amboni e edição de som de Rodrigo Poeta.
O filme foi produzido em Florianópolis entre 2010 e 2011 e incluiu também imagens captadas em 2004, por ocasião da mostra Carlos Asp, no Museu Victor Meirelles.
O fio condutor do documentário é a fala do próprio artista que, numa narrativa fluida e envolvente, relata sua trajetória, seu processo de trabalho, suas reflexões sobre desenho, paisagem e experiências de vida. Esta narrativa verbal é entrelaçada a uma narrativa imagética composta por tomadas de lugares, objetos e obras significativos para Asp, incluindo imagens captadas pelo próprio artista em super 8 na Praia do Matadeiro.
Trata-se de uma via poética e afetuosa de aproximação ao universo do artista, cujo trabalho está indissociavelmente imbricado em seu cotidiano.
As realizadoras possuem formação na área de artes visuais e optaram por assumir sua relação de amizade e afeto com o artista, explorando a proximidade e cumplicidade com o artista como argumento e pretexto da construção do filme. Foi uma opção para reconhecer e compartilhar a complexidade e riqueza de uma prática artística tão singular e também uma tentativa de burlar o formato demasiadamente formal que poderia ter o filme, além de problematizar a suposta ‘imparcialidade’ de um documentário, explorando o modo como a especificidade da relação entre sujeito e objeto atua na construção da narrativa cinematográfica.

sobre o artista:

Carlos Asp, nascido em Porto Alegre, em 1949, vive e trabalha em Florianópolis, desde a década de 70. Sua longa e densa trajetória no campo das artes visuais iniciou-se na década de 60/70, com participação no Jovem Arte Contemporânea, projeto pioneiro com ênfase na arte conceitual realizado pelo MAC-USP no período. Também atuou como professor no Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (CEART-UDESC) e na Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
Com um percurso assinalado por escolhas muito particulares, Asp vem expondo seu trabalho em exposições marcantes na história recente da arte brasileira, como o Salão Nacional de Artes Plásticas promovido pela Funarte nos anos 80, Grupo Nervo Óptico, na década de 70, em Porto Alegre, e na última década realizou mostra individual no Museu Victor Meirelles, Fundação Cultural Badesc, SESC-SC e Centro Universitário Maria Antônia, em São Paulo, entre outros.
A pesquisa artística de Carlos Asp se desenvolve de forma peculiar a partir do desenho, explorando campos de cor, planos, recortes e suportes variados. O artista também trabalha com a relação entre desenho e palavra. Seu vocabulário atual inclui suportes apropriados do uso cotidiano: bulas, caixas e embalagens de papelão desdobradas, planificadas e desenhadas pelo avesso. Do desenho industrial desdobrado que constituía o volume vazio das caixas, Asp aceita e absorve o desenho do suporte e sobre e a partir dele cria campos de cor, densos traçados e preenchimentos.
Pesquisar o trabalho deste artista implica necessariamente uma reflexão sobre o seu processo de criação, que se desdobra em instalações, trajetos cotidianos, observações do mundo e infinitas anotações em seus desenhos do sem fim, para citar o titulo de uma de suas exposições.